domingo, 9 de maio de 2010

"POLITIKANDO" sem sensura - Parte II

Vamos "politikar" um pouco sobre o cenário nacional. As eleições presidenciais estão cada dia mais próximas e os candidatos estão se fortalecendo e fazendo alianças tanto regionais quanto nacionais. Os principais candidatos, ou melhor, pré-candidatos são José Serra (PSDB), Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PV).

Segundo a Pesquisa Ibope divulgada no dia 21 de Abril, Serra aparece com 36% das intenções de voto, Dilma com 29%, Marina 8% e Ciro Gomes (que não deve disputar a presidência) 8%. Mesmo com a tremenda ajuda do presidente da república Luis Inácio "Lula" da Silva, Dilma parece não querer decolar. Lula já a levou do Oiapoque ao Chuí berrando para quem tivesse ouvidos para ouvir que ela é quem ele quer para sucedê-lo. Porém os eleitores, apesar de em sua maioria apoiarem o governo de Lula, não conseguem associar a pré-candidata ao presidente e preferem apoiar o canditato tucano José Serra que ultimamente aparece só sorrisos para a mídia.

Serra faz a política do "bom moço". Sempre sorridente e carismático está conquistando a preferência dos eleitores sem muitos obstáculos. Já Dilma sofre para parecer mais sociável e acabar com a imagem de mulher de ferro. Dilma muda o guarda-roupas, muda o penteado, sorri e até parece humana, às vezes. A verdade é que a imagem da pré-candidata do PT é de uma pessoa sem coração, rígida de meter medo (ela dá meda, verdade rsr).

Marina Silva é a opção diferente. Ela não tem chances de ganhar, é claro. Porém, caso ela ganhasse seria realmente uma esperança de mudanças para este país, e mudanças radicais. Principalmente no que diz respeito a Amazônia. Marina se tornou conhecida por sua militância política e ambiental. Gostaria que alguém como ela ou como o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) - tão dedicado à educação - um dia viessem a assumir a presidência deste país. Pois acredito que precisamos de pessoas que pensem em melhorar o ser humano como pessoa e não apenas fazer o pais crescer economicamente. Sim, é bem verdade que o Brasil nunca cresceu tanto como está crescendo agora. Porém estamos nos tornando um país desenvolvido de semi-letrados.

Quem é melhor. Serra ou Dilma?? Os dois têm histórias relevantes para o país. Serra foi exilado. Dilma ficou, lutou, foi presa, espancada, torturada, humilhada. Procure por Dilma Rousseff no Google e você encontrará os seguintes resultados.

Google para Dilma Rousseff:
Você quis dizer: Dilma Rousseff ficha criminal; Dilma Rousseff terrorista; Dilma Rousseff ditadura...

Particularmente eu considero a história da Dilma uma dessas histórias que devem ser contadas e recontadas para não cairem no esquecimento.

Aqui vou falar um pouquinho - porque sim, eu sou feminista - da época dura da vida da Dilma. É, da ditadura mesmo.

A matéria é da Folha de S. Paulo, El País e foi reproduzida pelo UOL Educação na página http://educacao.uol.com.br/biografias/dilma-rousseff.jhtm

Dilma Rousseff: de guerrilheira a candidata a presidência da república


Dilma Vana Rousseff nasceu em 14 de dezembro de 1947, em Uberaba, Estado de Minas Gerais. Filha do engenheiro e poeta búlgaro Pétar Russév (naturalizado brasileiro como Pedro Rousseff) e da professora brasileira Dilma Jane Silva, faz a pré-escola no Colégio Isabela Hendrix e, a seguir, ingressa em um dos colégios mais tradicionais do Brasil, o Sion, de influência católica.


Aos 16 anos, transfere-se para uma escola pública, o Colégio Estadual Central (hoje Escola Estadual Governador Milton Campos). Começa, então, a militar como simpatizante na Organização Revolucionária Marxista - Política Operária, conhecida como Polop, organização de esquerda contrária à linha do PCB (Partido Comunista Brasileiro), formada por estudantes simpáticos ao pensamento de Rosa Luxemburgo e Leon Trotski.


Mais tarde, em 1967, já cursando a Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Minas Gerais, Dilma passou a militar no Colina (Comando de Libertação Nacional), organização que defendia a luta armada. Esse comportamento, de passar de um grupo político a outro, era comum nos movimentos de esquerda que atuavam durante o período da ditadura iniciada com o Golpe de 1964,


Em 1969, já vivendo na clandestinidade, Dilma usa vários codinomes para não ser encontrada pelas forças de repressão aos opositores do regime. No mesmo ano, o Colina e a VPR (Vanguarda Popular Revolucionária) se unem, formando a Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares). Em julho, a VAR-Palmares rouba o "cofre do Adhemar", que teria pertencido ao ex-governador de São Paulo Adhemar de Barros. A ação ocorreu no Rio de Janeiro e teria rendido à guerrilha US$ 2,4 milhões. Dilma nega ter participado dessa operação, mas há quem afirme que ela teria, pelo menos, ajudado a planejar o assalto.


Em setembro de 1969, a VAR-Palmares sofre um racha. Volta a existir a VPR. Dilma escolhe permanecer na VAR-Palmares - e ainda teria organizado três ações de roubo de armas no Rio de Janeiro, sempre em unidades do Exército.


Presa em 16 de janeiro de 1970, em São Paulo, o promotor militar responsável pela acusação a qualificou de "papisa da subversão". Fica detida na Oban (Operação Bandeirantes), onde é torturada. Depois, é enviada ao Dops. Condenada em 3 Estados, em 1973 já está livre, depois de ter conseguido redução de pena no STM (Superior Tribunal Militar). Muda-se, então, para Porto Alegre, onde cursa a Faculdade de Ciências Econômicas, na Universidade Federal do RS.


Do PDT ao PT

Filia-se, então, ao Partido Democrático Brasileiro (PDT), fundado por Leonel Brizola em 1979, depois que o governo militar concedeu anistia política a todos os envolvidos nos anos duros da ditadura.


Dilma Rousseff ocupou os cargos de secretária da Fazenda da Prefeitura de Porto Alegre (1986-89), presidente da Fundação de Economia e Estatística do Estado do Rio Grande do Sul (1991-93) e secretária de estado de Energia, Minas e Comunicações em dois governos: Alceu Collares (PDT) e Olívio Dutra (PT).


Filiada ao Partido dos Trabalhadores (PT) desde 2001, coordenou a equipe de Infra-Estrutura do Governo de Transição entre o último mandato de Fernando Henrique Cardoso e o primeiro de Luiz Inácio Lula da Silva, tornando-se membro do grupo responsável pelo programa de Energia do governo petista.


Ministérios

Dilma Rousseff foi ministra da pasta das Minas e Energia entre 2003 e junho de 2005, passando a ocupar o cargo de Ministra-Chefe da Casa Civil desde a demissão de José Dirceu de Oliveira e Silva, em 16 de junho de 2005, acusado de corrupção.


Em 2008, a Casa Civil foi envolvida em duas denúncias. Primeiro, a da montagem de um provável dossiê contendo gastos pessoais do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O dossiê seria uma suposta tentativa de silenciar a oposição, que, diante do escândalo dos gastos com cartões de créditos corporativos realizados por membros do governo federal, exigia a divulgação dos gastos pessoais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de sua esposa. Depois, em junho, a ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Denise Abreu, acusou a Casa Civil de ter pressionado a agência durante o processo de venda da empresa Varig ao fundo de investimentos norte-americano Matlin Patterson e seus três sócios brasileiros. Dilma Rousseff negou enfaticamente todas as acusações.


Em 9 de agosto de 2009, a ex-secretária da Receita Federal, Lina Vieira, disse ao jornal Folha de S. Paulo que, num encontro com Dilma, a ministra teria pedido que uma investigação realizada em empresas da família Sarney fosse concluída rapidamente. Dilma negou a declaração de Lina, que, por sua vez, reafirmou a acusação em depoimento no Senado Federal, mas não apresentou provas.


Apesar de, em diferentes períodos, ter cursado créditos no mestrado e no doutorado de Economia, na Unicamp, Dilma Rousseff jamais defendeu a dissertação ou a tese.


De guerrilheira na década de 1970 a participante da administração pública em diferentes governos, Dilma Vana Rousseff tornou-se uma figura pragmática, de importância central no governo Lula, de quem é candidata à sucessão nas eleições de 2010.

Folha de S. Paulo, El País



Como não ficar impressionada. Poucas mulheres tiveram a coragem e a ousadia. Mesmo hoje acredito que seriam poucas as que teriam força o suficiente para brigarem e seguirem adiante diante de tantos obstáculos. Ou alguém acha que não seria mais fácil aceitar e ficar calado. Eu acho que é fácil criticar, mas se temos a liberdade que temos hoje é porque tiveram pessoas que se sacrificaram e até morreram por ela. Essas pessoas devem ser honradas e lembradas.

Ruim por ruim ficamos com a democracia e a liberdade de expressão. Fundamentais para a vida em sociedade.

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