segunda-feira, 29 de junho de 2009

Marx e a liberdade de Imprensa

Karl Marx acreditava que poderia haver liberdade de imprensa. Porém, o jornalismo praticado hoje é absolutamente inconciliável com o que pregava Friedrich Engels e Marx. Para Marx (2001, p.18) os defensores da liberdade de imprensa parecem estar realizados sem a existência da liberdade de imprensa. Marx acreditava no poder da imprensa e a defendia de forma apaixonada.

A imprensa livre é o olhar onipotente do povo, a confiança personalizada do povo nele mesmo, o vínculo articulado que une o indivíduo ao Estado e ao mundo, a cultura incorporada que transforma lutas materiais em lutas intelectuais, e idealiza suas formas brutas. É a franca confissão do povo a si mesmo, e sabemos que o poder da confissão é o de redimir. A imprensa livre é o espelho intelectual no qual o povo se vê, e a visão de si mesmo é a primeira condição da sabedoria. É a mente do Estado que pode ser vendida em cada rancho, mais barata que gás natural. É universal, onipresente, onisciente. É o mundo ideal que flui constantemente do real e transborda dele cada vez mais rico e animado. (MARX, 2001, p.65)

Para Marx (2001, p.71) a censura mata o espírito político na medida em que as pessoas são obrigadas a considerar a liberdade como ilegal, o ilegal como livre, e o legal como o não-livre. A liberdade de imprensa apesar de ser algo maravilhoso pode ser usada de forma desastrosa por pessoas mal intencionadas. Essas pessoas fazem uso da linguagem para mentir, a mente para intrigar, as mãos para roubar, os pés para desertar. De acordo com o pensamento marxista seria uma coisa maravilhosa para a escrita e a fala, para os pés e para as mãos, para a boa linguagem, para o pensamento agradável, para as mãos hábeis, para os ainda melhores pés – se não existissem pessoas más que fazem mau uso da liberdade de imprensa.

Um ponto muito discutido por Marx (2001, p.95) diz respeito ao fato da liberdade de imprensa se chocar com a liberdade de Assembléia. Para ele, esse choque é do maior interesse, pois proporciona à própria Assembléia a prova de que, na falta de liberdade de imprensa, todas as outras liberdades são ilusórias. Marx considera que cada faceta da liberdade condiciona todas as outras, como sucede também com cada órgão do corpo. Quando uma liberdade específica é questionada, questiona-se toda a liberdade. Quando uma faceta da liberdade é negada, a própria liberdade é repudiada, e poderá conduzir apenas a uma mera semelhança de vida, pois depois a não-liberdade assumirá o controle como força dominante.

Marx e Engels defendiam a função do jornalismo de criticar a sociedade em geral e de representar os interesses do povo perante o governo. Porém o que Marx não poderia imaginar é que a transição do capitalismo para o socialismo pudesse estar intimamente ligada à redução ou até a extinção das liberdades individuais e de imprensa. (KUNCZIK, 2001, P.116)

Referências

MARX, Karl. A Liberdade de Imprensa/ Karl Marx: tradução de Cláudia Schilling e José Fonseca, Porto Alegre: L&PM Pocket, 2001. 226p.
KUNCZIK, Michael. Conceitos de jornalismo: Norte e sul: Manual de comunicação. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2001.

Teoria geral do Jornalismo

A primeira obrigação do jornalismo é com a verdade. Mas o que é a verdade? De acordo com Marilena Chaui (2003, p. 58) nossa idéia da verdade foi construída a partir de três concepções diferentes vindas da língua grega, latina e hebraica.

Em grego, verdade se diz aletheia, significando o não-oculto, que se opõe ao falso, pseudos, que é o escondido. Portanto, a verdade depende de que a realidade se manifeste, enquanto a falsidade depende de que ela se esconda em aparências. Em latim, verdade se diz veritas e se refere à exatidão de um relato não as próprias coisas e aos próprios fatos. Os relatos e enunciados sobre os fatos é que são verdadeiros ou falsos. Em hebraico, verdade se diz emunah e significa confiança. Emunah é uma palavra da mesma origem que amém, que significa assim seja. Portanto, a forma mais elevada da verdade é a revelação divina e sua expressão mais perfeita é a profecia.

Aletheia se refere ao que as coisas são; veritas se refere aos fatos que foram; emunah se refere às ações e coisas que serão. A nossa concepção da verdade é uma síntese dessas três fontes e por isso se refere às coisas presentes (como na aletheia), aos fatos passados e à linguagem (como na veritas) e as coisas futuras (como na emunah). Também se refere à própria realidade (como na aletheia), à linguagem (como na veritas) e à confiança-esperança (como na emunah). (CHAUI, 2003, p. 38)

Usamos todos os dias as palavras verdade e mentira, exato e falso como se elas significassem alguma coisa. A verdade cria uma sensação de segurança que se origina da percepção dos fatos e está na essência das notícias. A promessa de veracidade e precisão se tornou uma parte poderosa do marketing jornalístico. Até certo nível filosófico é interessante o argumento de que não existe verdade, considerando-se que somos seres subjetivos. Porém, a verdade sempre aparece como parte essencial e indispensável da profissão, mesmo que alguns profissionais desconheçam a sua noção clara.

De acordo com Kovach e Rosenstiel (2004, p. 68) a verdade jornalística é muito mais do que simples precisão e o que o jornalismo procura é uma forma prática e funcional da verdade. Não a verdade no sentido absoluto ou filosófico, nem a verdade como em uma equação química, mas a verdade num sentido por meio do qual possamos funcionar diariamente.

Esses conceitos começam a ser observados e estudados por Walter Lippmann em 1920. Nesse período, Lippmann usa de forma alternada os termos verdade e notícias no ensaio “Liberty and the news”. Mas em 1922, no seu livro “Public Opinion”, ele escreveu: Notícias e verdade não são a mesma coisa... A função das notícias é sinalizar um fato, ou tornar o público ciente desse fato. A função da verdade é trazer à luz os fatos ocultos, estabelecer uma relação entre eles e montar um quadro da realidade sobre o qual os homens podem agir. Por volta de 1938, os livros didáticos de jornalismo começavam a questionar quão verdadeiras podiam ser as notícias. (KOVACH e ROSENSTIEL, 2004, p. 64 e 65).

Em pesquisa realizada com alunos do curso de Jornalismo da Faculdade de Ciências Humanas, Exatas e Letras de Rondônia – Faro no dia 15 de setembro de 2008 com 69,23% dos acadêmicos entrevistados foi constatado que apenas 44,44% dos acadêmicos lêem jornal diariamente. Entre os que lêem sempre a página de polícia do O Estadão do Norte (11,11%) ninguém acredita que a página é sempre feita de acordo com os princípios éticos do jornalismo. A maioria 66,66% acredita que raramente a página é escrita de forma ética, 16,66% frequentemente e 16,66% nunca. Segundo Claude-Jean Bertrand (1999, p.58) Uma das regras fundamentais do jornalismo é não mentir. No entanto, o mesmo autor afirma que de acordo com pesquisas o público tem o sentimento de ser enganado, explorado pela mídia.

Existem muitas formas de ludibriar o público sem ter que necessariamente mentir. Empregar termos sem os definir, utilizar mal as estatísticas, simplificar questões complexas, apresentar hipóteses como fatos comprovados, generalizar a partir de alguns exemplos e tirar conclusões injustificadas são alguns exemplos. Para Felipe Pena (2005) existem três tipos de mentiras: Mentiras, mentiras hediondas e estatísticas. Para ele, tirar conclusões com base em números é uma das formas mais simplistas de aplicar o conceito de objetividade.
O direito de o público saber a verdade é muito discutido entre os teóricos da comunicação. Sobre o direito a veracidade da informação Niceto Blázquez (1999) afirma:

Informar é acima de tudo um dever, e o fato de sermos informados, um direito. O direito é um aspecto da virtude ética da justiça. A ética é muito mais. É a própria fundamentação do direito e de todas as demais virtudes humanas. A ética não se subordina ao direito, como o todo não se subordina à parte. Nem o direito pode ser desmembrado da ética, nem a parte pode ser separada do todo à que pertence. (BLÁZQUEZ, p. 198)

Apesar das defesas de Blázquez e de muitos outros autores que defendem o direito à informação, existem os que discordam em alguns pontos importantes que devem ser lembrados. Em alguns códigos, de acordo com Bertrand (1999, p.184), encontram-se frases desprovidas de sentido ou de justificação: O papel do jornalista é dizer a verdade: Mas o que é a verdade? E os inumeráveis fatos verídicos que, com merecimento, nunca são relatados? O público tem o direito de conhecer a verdade: Um direito fundado sobre o quê? Ou ainda O público tem direito à informação: O direito a uma foto da mulher do presidente nua numa praia carioca?

Verdade, objetividade e veracidade são termos que muitos profissionais e teóricos da comunicação gostariam de ver abandonados, por mais que sejam repetidos na deontologia jornalística. Essas questões são frequentemente desprestigiadas e consideradas inúteis. Para Blázquez (1999, p.199) os jornalistas que pensam dessa forma desacreditam a profissão e minam a sua própria razão de existir como instituição social. Quando uma instituição social não responde às aspirações legítimas das pessoas, deve desaparecer.

Referências

CHAUI, Marilena. Filosofia: Série novo ensino médio. Editora Ática, 2003.
KOVACH, Bill; ROSENSTIEL, Tom. Os elementos do jornalismo. São Paulo: Geração Editorial, 2004.
BERTRAND, Claude-Jean. A deontologia das mídias / Claude-Jean Bertrand; tradução de Maria Leonor Loureiro. Bauru: EDUSC, 1999. 236p.
BLÁZQUEZ, Niceto. Ética e meios de comunicação/ Niceto Blázquez. São Paulo: Paulinas, 1999.
PENA, Felipe. Teoria do jornalismo. São Paulo: Contexto, 2005

História da imprensa no Brasil e no mundo

Ao contrário do que muitos pensam o jornal não nasceu depois da invenção de Gutenberg. A história mostra que ele percorreu longo caminho até chegar aos dias do inventor. A história da imprensa Brasileira e mundial vale a pena ser contada, pois foi através de muitas pessoas e seus inventos fantásticos que ela se modernizou e se tornou o que é hoje. De acordo com Noblat (2002), o imperador Júlio César, no ano 59 A.C ordenou que se criassem as Acta Diurna, folhas de notícias afixadas em toda a cidade de Roma. Por volta de 105 os chineses inventam o papel, suporte fundamental para o desenvolvimento da imprensa. Gutenberg inventa em 1438, em Estrasburgo (França), a tipografia, processo de impressão a partir de tipos em relevo. Veloz, para quem até agora só dispunha dos manuscritos, a reprodução tipográfica permite a edição de cadernos de até 16 páginas. A Bíblia, de Gutenberg, é o primeiro livro impresso em tipografia, o ano é 1455. Em 1464 Instala-se no convento de Sibiaco, próximo a Roma, o primeiro centro italiano de tipografia e impressão, onde são impressos o De Civitate Dei, de Santo Agostinho, e o De Oratore, de Cícero, entre 1465 e 1467.

Tido como o primeiro impressor português, Rodrigo Álvares publica dois trabalhos escritos pelo bispo Dom Diogo de Sousa em 1497. São as Constituições Sinodais e Evangelhos e Epístolas, os primeiros livros em língua portuguesa. A primeira gráfica das Américas é criada em 1539, no México, com a autorização do vice-rei Mendonza. São impressos, alguns livros de piedade e alguns tratados jurídicos. O México torna-se um pólo de publicações, com produção superior à de muitas cidades européias.

O primeiro jornal diário do mundo surge em 1702. Trata-se do Daily Courant, uma única folha impressa só na parte da frente. Dele nasceria a escola anglo-saxônica, segundo a qual a objetividade é a virtude essencial do jornalismo. No período de 1789 a 1800, a Revolução Francesa dá impulso extraordinário à imprensa. Nesses onze anos, são publicados mais de 1.500 títulos novos, duas vezes mais que nos 150 anos anteriores.

Noblat (2002), diz que com a chegada da corte portuguesa ao Brasil, em 1808, surge a impressão régia, onde se imprimem leis e papéis diplomáticos e se exerce a censura prévia. Em 1º de junho é editado, em Londres, o primeiro número do Correio Braziliense e em 10 de setembro é publicado o primeiro número da Gazeta do Rio de Janeiro, jornal destinado a informar as ações administrativas e a vida social do Reino. Dom Pedro I, em 28 de agosto de 1821, decreta o fim da censura prévia. No mesmo ano, surge o Diário do Rio de Janeiro, considerado o primeiro jornal informativo do país. Em 1823 Frei Caneca lança o Typhis Pernambucano, em defesa da liberdade de imprensa e contra a escravidão. É fuzilado no Recife em 15 de janeiro de 1825.

Assis Chateaubriand, ao assumir O Jornal, em 1924, dá início ao primeiro império de comunicação do país, os Diários Associados, que toma este nome logo após a Revolução de 1930 e que nos anos 90 passaria a se chamar Associados. Durante o Estado Novo, período que vai de 1934 a 1945, Getúlio Vargas cria o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), que instala a censura e veta o registro de 420 jornais e de 346 revistas. Vários jornais de oposição ao regime militar surgem entre 1960 e 1980. Entre eles, destacam-se O Pasquim, Opinião, Movimento e Em Tempo.

Em 1975, o Jornalista Wladimir Herzog é assassinado nas dependências do DOI-CODI, em São Paulo. Para Ricardo Noblat (2002) a morte de Herzog produz uma grave crise na ditadura militar, provoca reações da sociedade civil e expõe o que de pior ocorria durante o regime instalado em 1964: prisão, tortura e morte de militantes de esquerda. Mais recentemente, em 1991, jornalistas africanos redigem uma declaração de princípios para uma mídia livre, independente e pluralista, a Declaração de Windhoek. Tem início a comemoração do Dia Mundial da Imprensa.

No ano de 1999, foi realizado pela Freedom House um estudo em 186 países. O estudo informa que somente em 69 destes existe imprensa livre. Outros 51 têm jornalismo parcialmente livre e 66 censuram a mídia eletrônica. Só nesse ano, 71 jornalistas são assassinados no Brasil e 80 presos.


Referêcias
NOBLAT, Ricardo. A arte de fazer um jornal diário. São Paulo: Contexto, 2002.

Meu perfil profissional segundo os especialistas do vagas.com

Eu tenho sede de aprender, sempre.
Para mim, o mundo é uma grande escola.

O maior talento: Aprender

Adoro aprender. Quase todos os assuntos me interessam. O que mais me agrada neste processo é conhecer o novo em profundidade. É emocionante cada descoberta feita não importa o resultado final nem o que vou fazer com ele. Minha energização vai crescendo na medida em que trilho o caminho que me conduz da ignorância à competência. Minha curiosidade me leva a engajar-me nos mais variados tipos de aprendizados que para outros não fazem o menor sentido. Da arte ao técnico tudo me fascina. Esta postura de aprendiz coloca leveza na minha vida porque tira a exigência da perfeição já que estou em processo. Necessariamente não preciso me tornar um profissional no assunto nem tão pouco é a titularidade que me motiva. É esta excitação que torna mais significante o próprio processo do aprendizado que me faz dedicar-me até chegar à reta final cheia de prazer.

Como me comunico

Apresento um estilo de comunicação em que a precisão e a troca objetiva de dados e informações assumem um papel importante. Tenho tendência a preferir conversar sobre temas concretos em suas interações, sem grandes envolvimentos emocionais. De fato, essa orientação para detalhes e exatidão tende a se refletir numa postura menos confiante, pois procuro sempre verificar o resultado de minhas análises, buscando, tanto quanto possível, evitar erros.Ao interagir com meu grupo, procuro obter apoio e guiar-me pelas normas e procedimentos de meu ambiente, refletindo certa dependência de meu meio e lideranças, aceitando e aliando-me às idéias deles. Isso costuma facilitar minha aceitação e minha interação na equipe.

Como potencializo minha carreira

O Sucesso não é obra do acaso. Ele é o resultado do investimento na pessoa mais importante da minha vida: Eu! Estudos indicam que o autoconhecimento sozinho representa aproximadamente 20% do sucesso de uma pessoa.


Bem, esse foi perfil apresentado pelo site Vagas.com sobre mim. Gostei porque achei que tinha muito a ver comigo. O que vocês acham? Rsrs eu acho que tem. = )

sábado, 27 de junho de 2009

Será que ainda podemos acreditar num Senado ético?

Será que ainda podemos acreditar em um Senado ético depois do:

Escândalo da Mansão do diretor - Onde Agaciel Maia, então diretor- geral do Senado, deixa o cargo após a denúncia de que havia ocultado na declaração de bens uma mansão no Lago Sul, bairro nobre de Brasília.

Escândalo das horas extras – O Senado gastou mais de 6 milhões de reais em horas extras em janeiro, quando estava em recesso.

Apartamento funcional – João Carlos Zoghbi, o então diretor de Recursos Humanos do Senado, pediu demissão após a revelação de que apenas seus filhos moravam no apartamento funcional cedido a ele pelo Senado.

Empresas de fachada e contratos – Ainda sobre Zoghbi. O ex-diretor foi acusado foi acusado de participação em um suposto esquema de desvios de dinheiro em operações de crédito consignado por meio de empresas de fachada em nome de filhos e de ex-babá.

Diretorias – Levantamento apontou que o Senado tinha 181 diretores. Desses apenas 38 exerciam função de direção.

Passagens aéreas – Parte dos senadores foi acusada de uso irregular das passagens. Após as denúncias a Casa diminuiu a cota em 25%.

Funcionários fantasmas – O Senado também foi atingido com denúncias de que manteria funcionários fantasmas, mas não tomou providências a respeito, até o momento.

Auxílio-Moradia – Até o atual presidente do Senado José Sarney recebeu o benefício irregularmente. A Mesa Diretora do Senado havia anunciado que os senadores deveriam devolver o benefício. Voltou atrás.

Atos Secretos – Cerca de 300 pessoas teriam sido nomeadas ou exoneradas por meio de boletins não publicados. Além disso, um ato secreto permitiu o pagamento de horas extras a 800 funcionários do Senado. O Ministério Público abriu um inquérito civil público para investigar os atos secretos.

Prestadoras de serviço - Gravações feitas pela Polícia Federal mostravam que representantes de empresas que prestavam serviço ao Senado negociavam o resultado de licitações.

Criação de Cargos – A Mesa Diretora do Senado resolveu criar 97 cargos de assesssor parlamentar. Os salários eram de R$ 9.970. Houve polêmica. O ato foi suspenso e não chegou a ser publicado.

O caso Marconi Perillo – O senador do PSDB de Goiás e o governador de Goiás, Alcides Rodrigues (PP), foram acusados de suposta prática de “caixa dois” durante a campanha de 2006. A representação foi arquivada pela Mesa Diretora.

Lobão Filho – Acusado de ter, em 1998, utilizado uma empregada doméstica para ocultar sua participação em uma distribuidora de bebidas no Maranhão.

Ainda tem mais:
Operação Lacraia
Caso Renan
Operação Aquarela
Gim Argello
Obra milionária

Depois de todos esses escândalos será que ainda é possível acreditar que o Senado poderá se transformar em uma Casa respeitável de leis? Eu tenho minhas dúvidas. O cidadão brasileiro já não acredita em mais nada. A lama que cobre o senado envergonha a população brasileira. A falta de ética está por toda parte e ninguém sabe mais o que isso significa. Vergonha. Acho que a única coisa que da para sentir é vergonha diante de tudo o que está acontecendo.

Fonte:
http://g1.globo.com/Noticias/Politica/0,,MUL1206821-5601,00-CONTAS+PARALELAS+DO+SENADO+SAO+LEGAIS+DIZ+HERACLITO+FORTES.html 27/06/2009 as 20h36

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Legalização da grilagem?

O Presidente da República sancionou a Medida Provisória nº 458, transformada na Lei nº 11.952 que trata da regularização fundiária na Amazônia. A MP foi publicada no Diário Oficial da União de hoje, 26/06/2009, sem o artigo 7º que permitia a regularização de terras públicas para pessoas jurídicas, ocupantes indiretos (pessoas que não vivam da terra) e proprietários de outros imóveis.

A lei está cheia de brechas. Eis algumas das infrações que podem ser cometidas pelas empresas e por pessoas físicas:

Concentração de terras nas mãos de poucos;
Criação de um lucrativo mercado de terras para empresas ou grandes fazendeiros;
Doação das terras sem necessidade de ter a reserva legal já averbada;
Falta de controle no processo de privatização de terras públicas.

Apesar da pressão e das denúncias das organizações socioambientais, o Presidente veta apenas a transferência de terras para empresas e pessoas que exploram indiretamente a área ou que tenham imóvel rural em outra região do País.

Editada com base nos estudos feitos pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário para resolve o vácuo de regras para a legislação fundiária na Amazônia, a MP 458 transformou-se em uma batalha política entre ambientalistas e ruralistas. A bancada ligada ao agronegócio no Congresso estendeu a possibilidade que a regularização dos terrenos até 1,5 mil hectares beneficiasse também empresas e ocupações indiretas.

A ONG WWF-Brasil divulgou nota dizendo que a decisão do presidente Lula "atendeu parcialmente" ao pedido de diversas organizações ambientais brasileiras de "promover a regularização fundiária com responsabilidade e garantir proteção na Amazônia". Entretanto, a ONG criticou a flexibilização do prazo para a transferência das propriedades acima de 400 hectares de dez anos - como previa o texto original - para três anos, o que, para elas, deverá "estimular o mercado de venda das terras" na região.

A estimativa do governo é de que a quantidade de terras a serem regularizadas com a nova lei chegue a 67 milhões de hectares, o equivalente à área da França e da Inglaterra juntas. Cerca de 50% das propriedades são minifúndios com até 100 hectares.

Fontes:
http://www.socioambiental.org/nsa/detalhe?id=2917 26/06/2009 às 19h40


http://www.kaxi.com.br/noticias.php?id=1203 26/06/2009 às 19h 48

http://oglobo.globo.com/pais/mat/2009/06/26/veto-artigo-da-mp-458-levara-empresas-procurar-laranjas-para-continuar-com-terras-diz-relator-756539210.asp%20as%2019h%2057 26/06/2009 às 19h50


terça-feira, 23 de junho de 2009

Eu confesso: Sou “encanada”

Sou encanada com rotina. Não porque me estressa, mas porque me dá segurança. Sentir-me bem fazendo parte de uma rotina me encana. Não deveria ser assim. Deveria ser totalmente o contrário porque quebrar a rotina é emocionante, mas para ter emoção é preciso ter uma rotina para quebrar. Então eu confesso: Vivo uma vida rotineira e me encano com isso! Imagina só:

Todos os dias nós nos levantamos de manhã, tomamos um banho, escovamos os dentes, tomamos café, para os que gostam. Eu prefiro não comer de manhã, trocamos de roupa, aquela roupa de trabalho, vocês sabem. Quase um uniforme. Nada contra os uniformes, inclusive eu usei um por bastante tempo. Os uniformes têm o poder de tirar a personalidade de qualquer um. Definitivamente desprezo os uniformes. Voltando ao assunto, depois de nos vestirmos e calçarmos aqueles sapatos velhos, no caso dos homens, diga-se de passagem, super engraxados, mas onde se percebe que o solado acabou faz tempo e que o dono já deveria ter trocado... Mais você sabe como é que é não é... Têm agora a tal da crise mundial, a Bolsa de Nova York, Frankfurt, a Nasdaq, os Tigres Asiáticos... Enfim quem sabe no próximo mês não sobra algum dinheiro para esse pequeno detalhe.

Depois de calçados os sapatos e após ter cumprido religiosamente esse ritual diário o trabalhador brasileiro parte para mais um dia de labuta. Diante dessa rotina que escraviza e que da segurança para todos nós só resta esperar o fim do dia, o início da noite. Quem sabe o que espera o próximo amanhecer?...

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Perfil

Cyntia Silva Dias
Jornalista formada pela Faculdade de Ciências Humanas, Exatas e Letras de Rondônia – Faro.

Nasceu em Fortaleza-CE onde morou os primeiros anos de vida na casa da madrinha a quem considera como uma mãe. Aos dois anos foi levada pela mãe para uma cidadezinha chamada Portalegre no interior do Rio Grande do Norte. Lá viveu toda a infância até completar a idade de 12 anos quando foi morar com a mãe em Fortaleza. Permaneceu em fortaleza até os 17 anos quando terminou de cursar o nível médio.

A idéia de vir para Rondônia surgiu em um momento de muitas dúvidas, indecisões e poucas alternativas. Chegou aqui no início de 2004 com os objetivos de trabalhar e estudar. Trabalhou na Junta Comercial do Estado de Rondônia – JUCER e na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT.

No ano de 2005 começou a faculdade de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo. A conclusão se deu agora no final de 2008. Foram muitos os percalços e as dificuldades enfrentadas, mas ao final a vitória foi festejada com alegria.


"Depois de tudo que se viveu e que se aprendeu chega-se a conclusão de que vale à pena. Vale muito à pena vivenciar e aprender tudo o que a academia pode oferecer. Foram experiências maravilhosas e fundamentais para o desenvolvimento intelectual. E social também, por que não? Amigos maravilhosos ficarão para sempre marcados nessa que é uma das melhores épocas da vida de qualquer pessoa que tenha passado por uma faculdade ou uma universidade. Sempre serão dias incríveis repletos de experiências marcantes.

O Jornalismo se tornou uma paixão porque é quase impossível se envolver com a profissão e não ficar encantado com todo um universo que se abre diante dos olhos. Os primeiros sinais de envolvimento são percebidos na utilização das palavras. Tudo o que acontece vira fato ou notícia. Se as pessoas não conseguem se entender então é porque há ruído de comunicação. Quando alguém pergunta algo, naturalmente ele quer uma informação. O vocabulário usado pelas pessoas que fazem a imprensa é próprio da imprensa e é muito sutil. Esse linguajar só usa quem faz parte do meio e é isso que difere quando um estudante de jornalismo está apaixonado ou não. Naturalmente ele começa a utilizar os termos jornalísticos no dia-a-dia. Quem está de fora não entende, mas é isso que faz a diferença. O Jornalismo tem que ser vivido em cada palavra, em cada ação, em cada gesto. O jornalista é jornalista 24 horas por dia, sete dias por semana. A paixão talvez venha por isso mesmo. A profissão exige a entrega total. Completa. O amor tem que ser incondicional. Não se trata de trabalhar às 5h exigidas por lei. Trata-se de vivenciar a profissão como parte da própria vida. O Jornalismo torna-se parte da vida do jornalista em seus momentos mais íntimos, nas horas com a família, na falta de ter uma hora para a família. Nessa profissão ou se ama ou se deixa. Fato!!"

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Resenha do conto “Olhos de Mel” da escritora Thiara Hanna


“Olhos de Mel” descreve o encontro de uma mulher experiente, segura das suas emoções e dos seus sentimentos com uma garota jovem e ainda inexperiente que procura conhecer o amor nas suas diversas formas.

Gosto da forma como a autora começa o texto dizendo não ser a primeira vez que a encontrava e demonstrando o quanto esse primeiro flerte foi importante para o desenrolar dos fatos posteriormente.

Finalmente o encontro tão esperado, tão ardentemente desejado. “Num dia com poucas nuvens a vejo entrando. Sandálias de saltos médios. Vestido claro com minúsculas flores amarelas. Cabelos soltos ao vento. Linda. Exatamente como eu a imaginava. Exatamente como eu a queria. Uma imensidão espacial separava os nossos corpos. Tive o prazer de me ver em seus olhos. Olhos de mel.” Esse parágrafo é a confirmação da paixão que já havia se acendido e crescido substancialmente desde aquele primeiro olhar. A autora escreve o texto em primeira pessoa aproximando mais o leitor da cena e dos sentimentos da personagem. Há uma verdade inquestionável nesse texto, a personagem não sabe o desenrolar da estória mesmo assim aposta tudo sem pensar nas conseqüências.

Mais adiante a jovem, Os Olhos de Mel, da provas necessárias para a personagem tomar a iniciativa de conquistá-la. Dessa vez ela não vai hesitar. É aqui que a estória começa a tomar os rumos de um romance secreto, íntimo, mas sem se tornar piegas ou cansativo.

A descrição é perfeitamente sensual com doses de erotismo bem colocadas. Em nenhum momento a leitura se torna ofensiva ou vulgarizada muito pelo contrário à medida que vamos conhecendo as personagens começamos a torcer para que aconteça o encontro mais íntimo. O leitor é levado junto com as emoções da personagem para esse delicioso encontro amoroso.

Depois do beijo. Depois de ter tocado sua menina dos olhos de mel mais intimamente nossa personagem sente que deve deixá-la partir. Novamente ela esperará reencontrar essa jovem e no próximo encontro quem sabe realizar todas as fantasias que vem guardando desde o primeiro encontro de olhares. Assim termina o primeiro capítulo.

O segundo capítulo começa com um reencontro muito esperado entre as personagens. As duas estão em ponto de ebulição. Desta vez as personagens não vão se conter. Elas vão saciar todas as suas vontades, ânsias e desejos que ficaram se devendo desde o último encontro.

Quando finalmente se viram sozinhas e em segurança para desfrutarem da companhia uma da outra, suas bocas se uniram em um beijo cheio de paixão. Desse momento em diante Thiara explica com uma clareza muito melhor o que aconteceu. “Nossas bocas se procuravam e nos torturavam com o desejo contido de querer mais.... Seus seios eram pequenos e sua pele muito alva....”. Esse momento é um dos mais esperados pelos leitores. Tudo acontece a partir daí, tudo. “Deitei-a no sofá e admirei seu corpo. Linda. Deixei meu desejo por ela guiar minhas mãos e boca. Beijei-a novamente, percorri as curvas de seu corpo com minha língua e sempre que podia a olhava. Queria ver suas reações. Queria decorar cada pedacinho do corpo dela.”

O desenrolar da trama é um relato delicioso do encontro de dois seres apaixonados e cheios de desejos. O texto está cheio de um erotismo muitas vezes inibido outras vezes completamente cheio de sensualidade. Não existem tabus ou preconceitos ou mesmo a menção a esses temas o que torna a leitura mais leve e envolvente. A simplicidade e a sinceridade com que a estória é contada também causam certo encantamento e a vontade de continuar até o fim. A vontade de também mergulhar para dentro dos “Olhos de Mel”.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Frases


" você fala daquilo que sente na carne.
Eu falo sobre aquilo que sinto na alma."






"O ser humano se torna poeta quando seus olhos choram
e quando seu coração sangra."

Saudades 1

Por que não te conheço
Estranho é te querer tão bem
Não conheço a ti, mas não consigo tirá-la da mente
Mesmo nunca a tendo visto meus olhos estão saudosos de te ver

Mesmo nunca tendo provado o sabor dos teus lábios
Minha boca está faminta dos teus beijos
Mesmo nunca tendo trocado uma carícia sequer
Meu corpo deseja o seu corpo mais que tudo.

Saudades 2


Cada dia que passa meu corpo anseia mais pelo teu corpo
Minha boca implora por ter a sede saciada da tua boca
Meu sexo acorda e quer ser saciado pelo seu
Meu corpo todo espera por ti
Por ti q não conheço
Mas que amo sem censura,
Sem ciúmes, sem sentimento de posse
Um amor livre como é o amor dos poetas
Apenas querendo amar e mais amar.

Saudades 3

Minha boca tem ânsia de beijar a tua boca
Minhas mãos têm ânsia de tocar as tuas mãos
Meus olhos cegos para o mundo só enxergam a ti
Meus ouvidos surdos só conseguem ouvir a tua voz
Caminho sem destino à procura do meu amor
]esquecido

Não sinto a brisa da tarde,
Nem o vento gelado, nem o sol ardente.
Só consigo sentir seu hálito quente percorrendo o meu corpo.

ouvidos surdos


Muitas vezes dou risada daquilo que deveria chorar
Aceito como normais fatos que deveriam me escandalizar
Em situações onde a luta torna-se inevitável
Tento dialogar
Se a conversa não der jeito
O único meio é gritar
É difícil berrar certas verdades para ouvidos surdos
Mesmo quando se solta toda a loucura anteriormente enjaulada [por precaução
Para fora
Mesmo com cães de raça ladrando aos quatro ventos
Ainda assim parece impossível mudar qualquer tipo de realidade

Não tenho pretensão de mudar o mundo
Aprendi desde cedo que há coisas que são imutáveis [pobre x ricos; exploradores x explorados
Mas há coisas que são possíveis
É possível amenizar os efeitos
O que me tornei foi uma pessoa mais forte
Mais consciente de minha realidade
Percebi que não importa o lugar
Pode-se fazer qualquer coisa quando se quer [muito

Mas é preciso rir, chorar, sofrer,
Gritar, gargalhar, cantar, dançar,
Lutar, esperar, perder, ganhar...
Mais antes de tudo
È preciso sentir.

Cidade natal por adoção

Hoje resolvi escrever a minha poesia
Talvez por falta do que fazer
Talvez por pena de mim mesma
Tenho pensado em momentos de minha vida
Reflexos do passado ainda tão presentes em minha memória
Minha mãe, meus pais.
Tudo tão distante de mim
Agora
É como um vento, uma brisa que soprou em meu ouvido.
Lembra!
Coisas tão absurdamente simples
Um sorriso, um abraço, um beijo, uma lembrança.
Lembra!
Minha cidade, pequena cidade onde tive os meus sonhos mais ingênuos.
Minha Portalegre, pequena grande cidade do interior.
Um povo tão simples, tão humilde, meus avós, meus parentes, todos vieram de lá.
Todos cheios de sonhos e de esperanças
Todos
Minha vida inteira apenas procurando um motivo
Procurando um motivo para viver
Buscando forças
Procurando a minha própria verdade dentro dos sonhos que outrora tive
Também tive medo
Medo de não conseguir, de cair, de me machucar.
Tive e ainda tenho muito medo de errar
Medo que me peguem no braço, que me tirem à liberdade, que me digam o que fazer, que botem o dedo no meu nariz, que me humilhem que gritem comigo, que me façam calar a boca.
Tenho um sonho hoje, como teve Martin Luther King, que o mundo pode sim ser um lugar melhor.
Assim como Marx, também acredito que possamos construir uma sociedade igualitária.
Assim como eu, existem muitos.
Gostaria que as coisas não parecessem tão distantes
Gostaria ás vezes, de estar em casa mais uma vez.
De sentir o cheiro do cigarro do meu avô penetrar nas minhas narinas até o meu pulmão me fazendo recuar dele para poder respirar
Lembranças antigas
Lembranças de uma vida que há muito tempo deixei para traz.

Madrugada

Mais uma madrugada que passa como um dia que jamais se foi
Mais uma vez ouvida a mesma canção, a mesma melodia que me envolve como um laço de esperança.
É a mesma batida
O ritmo é antigo
A bateria, a guitarra.
Pink Floyd, Guns’n Roses.
Porto Velho com as portas escancaradas para a liberdade
Violência
A imoral moral do homem
Alienação
Filhos da perdição
Violência
A naturalidade com que um homem esbofeteia sua mulher
E a vizinhança toda
Louca!
Mais um inquilino que se foi
Sexo
Sobre amor e sobre sexo
Sobre violência x sexo
Ainda acho que deveríamos falar mais sobre sexo e sobre drogas
Sobre mulheres que se vendem por 5,00
Sobre crianças roubadas de sua infância
Sobre os meus filhos
Sobre o MUNDO que eu quero para as minhas crianças
Eu gostaria que o mundo fosse muito mais cor de rosa
Que não houvesse crianças nos sinais
Que não houvesse nenhum tipo de violência
Eu imagino um mundo de paz, e um mundo de amor.
Pareço meio boba, eu sei.
Mas é o meu sonho
A ilusão de um mundo melhor pode ser real
È preciso crer, é preciso acreditar sem vê.
É necessário que se veja além do que a visão pose enxergar
Que se extinga o fogo da maldade
Que se acenda a chama da bondade
Cristo! Krsna! Alá!
Buda! Kardec! Orixá!
Todos os povos e seus deuses
Esperança de paz
Porque é pela paz que todos lutamos
É pelo medo da guerra
Porque a guerra fere
A guerra mata
Tenho medo, muito medo de morrer e não descansar em paz.
Se lhe contar sobre minha vida, uma história de minha vida, você não iria acreditar.
Por isso escrevo em poesia
Torno as palavras mais melodiosas de forma que você possa compreender melhor a batida do meu coração
E ele é bem pop
Gosto da levada da minha vida
Todas as coisas têm um ritmo, uma batida.
Todas as coisas têm uma poesia, uma arte.
E por isso sou apaixonada por arte, porque sou apaixonada por vida e a vida nada mais é do que um desses quadros de valor incalculável.
Resumida em devaneio, sinto-me em paz.

O grande circo da vida


Existem pessoas que enxergam a alma das outras.
Podem ver a alegria ou a dor escondias por trás da parede invisível que criamos para nos esconder dos nossos próprios sentimentos.

São pessoas incríveis que conseguem enxergar além das aparências e da superficialidade social a que somos obrigados a nos travestir todos os dias.

Somos os palhaços sem máscaras e sem nariz vermelho.
Acrobatas das pontes de concreto sem nenhuma concretude na própria vida;
Bailarinas do asfalto pedindo esmolas
Quem sabe um pouco de pão

Nosso palco está por todos os lados (casa, trabalho...)
Nosso circo é a sociedade [sem vez, sem voz, surda e muda aos apelos dos cidadãos
Esse é o grande circo da vida.

A escritora

Suas palavras deslizam livremente pelas páginas dos livros.
Leves, soltas, e independentes sussurram nos ouvidos dos enamorados.
Críticas, duras, severas gritam nos ouvidos dos poderosos [surdos

Para os apaixonados as palavras da escritora são sempre lívidas, lânguidas, cheias de segundas intenções.

Para mim que leio e releio o contrato social da minha própria existência as palavras da escritora são todas poesias que me sufocam o coração e me arrancam lágrimas da alma.

A esterilidade de Abraão

Nossa cultura machista diz que Abraão não podia ter filhos porque Sarah era estéril. Nunca passou pela cabeça de ninguém a hipótese de que Abraão ao invés de Sarah é que poderia ser estéril.
Na minha concepção, não vejo Sarah como a estéril, mas sim Abraão. Naquela época era comum que os homens mantivessem mais de uma mulher, isso era uma prova de virilidade.
Então, como Abraão poderia não ter filhos fora do casamento? Para mim, na minha imaginação, Abraão estava velho e já tinha feito tudo o que podia para poder ter filhos e mostrar que assim como os outros ele também era viril. Mas Abraão já estava muito velho e tinha pouco tempo, pois sua esposa estava em idade avançada.
Certa noite Abraão desesperou-se. Sarah preocupada com a angustia de seu marido foi orar a deus. Em sua onipotência deus teve piedade de Abraão e atendeu as preces de sua esposa. No entanto, deus fez uma exigência ao marido. Abraão deveria ser fiel a Sarah, ou seja, não poderia mais dormir com outra mulher além dela. O trato foi firmado e Abraão jurou cumprir a promessa.
Quando estava na tenda ao lado de Sarah, Abraão teve saudades de Hagar, escrava com quem Abraão mantinha relações. Lembrando do acordo com deus Abraão pensou: “Vou ver Hagar pela última vez e então não mais dormirei com nenhuma outra mulher além da minha esposa”. Assim fez Abraão.
Após nove meses duas crianças nasceram: uma de Sarah, outra de Hagar. Abraão tinha dois filhos, um da serva e um da livre. Mas deus veio prestar contas com Abraão e o condenou a ele e a sua descendência. Cada um de seus filhos daria origem a um povo e esses povos irmãos jamais viveriam em paz. O ódio que existiria entre as duas gerações duraria até o dia do juízo.
Essa seria a explicação para toda a rivalidade entre judeus e muçulmanos. Uma mesma história, o mesmo final e um outro olhar.

A origem

Vejam bem se não tenho razão. Abraão teve dois filhos, um da escrava e um da livre. O filho da escrava deu origem aos muçulmanos. O filho da livre aos judeus. As três maiores religiões do planeta vieram de Abraão, pois Jesus Cristo que deu origem ao cristianismo também é descendência dele. Assim temos o Islamismo, o Judaísmo e o Cristianismo como as principais fontes de conhecimento religioso.
Todas as outras religiões ocidentais bebem da mesma fonte. A essência da Bíblia e do primeiro pai é sempre mantida, ou seja, o livro é o mesmo, mas a interpretação vai de encontro aos interesses de quem está criando a nova religião.
Apesar de usarem a mesma “palavra” há uma infinidade de divergências entre as três religiões. Essas divergências são acentuadas de acordo com a moral de cada um. Um exemplo disso são as igrejas evangélicas. Em algumas é permitido desde o uso de camisinha e anticoncepcional até mesmo o aborto, e em outras a mulher não pode usar calças compridas e nem tampouco cortar o cabelo.
Quando na Inglaterra Lutero decidiu contestar alguns dos dogmas da Igreja Católica foi excomungado e condenado. Das idéias difundidas por Lutero nasceu o protestantismo que na verdade tinha o mesmo deus dos católicos, mas divergia da Igreja em questões políticas.
Muitas outras religiões foram criadas a partir da Bíblia. O que difere essencialmente uma religião da outra são os valores morais de quem está implantando essa nova religião.

Sem título

Tenho sentido por muitos dias o sol quente me queimando as costas
Há dias em que por pouco não passo mal
Sei que estou aqui pelo dinheiro que corre em forma de suor por todo o meu corpo. Apesar disso ainda mantenho os meus sonhos.
A minha infância foi muito dura e eu tive que aprender a viver com pouco desde muito cedo
Sofri todos os abusos que a vida me lançou e joguei fora todos os lençóis manchados de sangue
Quando caminhava na noite escura e não tinha ninguém para segurar a minha mão ouvi uma voz que me disse para não ter medo
Quando caminhava nas trevas buscando a luz e não via nenhuma, pensava se Deus estava comigo.
Também ainda penso hoje se Ele chorou junto comigo
E se Ele se revoltou por saber que não chegou a tempo para evitar todo aquele mal
Fico pensando se Ele sentiu vontade de enxugar minhas lágrimas e me consolar e me dizer “minha criança amada Jamais permitirei que alguém te viole novamente, ou a qualquer outra criatura pura deste mundo”. Mas o Senhor não veio, e eu tive que sofrer as mais terríveis violências, sozinha e na escuridão.
Quando consegui renovar um pouco das minhas forças e me propus a caminhar
Caí diversas vezes
Porque o Senhor não apareceu para me amparar
Daí, eu tive que dormir em chão de pedra.
Eu tive frio, fome e sede.
Eu também tive muito medo. E eu rezei de noite e de dia e eu pedi para que o Senhor se compadecesse de mim, mas o Senhor não veio e eu continuei só, e eu não via nenhum vestígio de luz.
Depois disso, fui dominada por um sono incontrolável. Eu adormeci nos braços de Deus, finalmente Ele se apiedara de mim. E eu estava aconchegada entre os meus lençóis e afogada no meu próprio sangue.
Eu dormi para sempre

Ainda é uma luta pelo direito



Ainda é uma luta pelo direito
Políticas públicas para mulheres;
Políticas públicas para negros;
Políticas públicas para homossexuais.
Toda essa enxurrada de políticas públicas só confirma uma realidade que a maioria das pessoas prefere ignorar, preconceito.
Alguém já ouviu falar em políticas públicas para homens, brancos, bem sucedidos e heterossexuais? Acredito que não.
Esse tipo de políticas públicas é desnecessário, pois a sociedade é e sempre foi dominada por esse grupo minoritário de pessoas que apresentam essas quatro características essenciais.
Imaginem agora essa situação: uma mulher, negra, pobre e homossexual. O destino desses dois pólos contrários será muito diferente. Muito provavelmente, nosso homem ideal, ou seja, o homem que possui todas as quatro características essenciais será um grande líder, ou um grande homem de negócios, enfim, qualquer profissão que ele resolver seguir, certamente encontrará todas as portas abertas. O homem que está inserido no grupo dominante não terá que fazer muitos esforços, as oportunidades praticamente baterão à sua porta.
A mulher que pertence ao grupo dominado, ou seja, além de ser mulher, é negra, pobre e também homossexual, para ela, só irão restar às opções mais humilhantes e degradantes. As portas sempre estarão fechadas, surgirão poucas oportunidades e as poucas que surgirem vão exigir muito trabalho e esforço.
O destino para a mulher que reúne as quatro características mais desprezadas pela sociedade só pode ser um, a prostituição. Para não dizer que estou sendo muito radical, há outras opções, a mais comum é que essa mulher se torne empregada doméstica (se tiver sorte) em uma casa de algum homem, branco, heterossexual e rico.
Dessa forma, acho que começo a compreender melhor essa balança. Uma balança que sempre pendeu e parece que sempre vai pender para o lado da elite dominante.

Sem nome


Olá, eu sou aquela que não tem nome. Você não me conhece. Eu sou alguém de quem o mundo não se lembrará. Mas você... Você jamais se esquecerá de mim porque eu sou a sua contraparte, sou o outro lado da história e você tem me evitado por causa disso. Mas não deveria. Eu sou o outro lado da moeda. Sou sua consciência e suas mais intimas verdades. Eu existo com ou sem nome. Sou apenas energia e não importa como me chamem sempre estarei lá. Não sou uma espécie de divindade celta, não se confunda. Talvez esteja mais para anjo caído. Estive aqui por muitas eras e fui batizada com muitos nomes. Hoje já não sei quem sou. Não precisa me dar nome nenhum, pois essa é apenas uma convenção social.

Eu sou daquelas que não aceitaram o batismo de sangue. Sou uma daquelas que queimou nas fogueiras da Santa Inquisição. Hoje não preciso empunhar espadas. Posso travar batalhas sem a utilização da violência. Posso lutar com palavras e gestos. E Posso gritar palavras de ordem nas ruas. Certamente que esses são dias melhores. Agradeço por não mais ter que servir aos exércitos com o meu próprio corpo. Acho que depois de tantos séculos caminhando pela terra e conhecendo povos e culturas os mais diversos, eu deveria ter encontrado a grande sabedoria que os homens buscam e que por ela promovem tantas guerras. Mas quanto mais conheço o ser humano, meu semelhante, mais eu me desconheço e descubro novos horizontes impenetráveis.

Sigo em busca de novos caminhos, novas terras, novos amanheceres. Acho por bem de lembrar que essa é a história da sua vida. Você que esqueceu a dor da primeira relação sexual com o homem que não escolheu. E que agüentou todas as dores do parto do filho que você mesma repudiou e amou por causa dessas mesmas dores. Você sou eu no passado e no porvir. Não há mais espaço para mim agora. O mundo te viu e admirou. Eu te vejo e sinto saudades. O tempo não volta, mas as lembranças sempre estarão lá. Num cantinho no peito do lado do coração.

Você me conhece. Eu caminhei por muitos lugares sombrios na escuridão e nas trevas. Eu tive medo e eu estive só. Mas o tempo passou e novos tempos vieram. Hoje eu caminho por entre os bosque e praças, e eu danço alegremente ao som das músicas populares. Já não preciso me esconder. Já não preciso calar. Posso ser livre e posso finalmente ser feliz.