terça-feira, 16 de junho de 2009

Cidade natal por adoção

Hoje resolvi escrever a minha poesia
Talvez por falta do que fazer
Talvez por pena de mim mesma
Tenho pensado em momentos de minha vida
Reflexos do passado ainda tão presentes em minha memória
Minha mãe, meus pais.
Tudo tão distante de mim
Agora
É como um vento, uma brisa que soprou em meu ouvido.
Lembra!
Coisas tão absurdamente simples
Um sorriso, um abraço, um beijo, uma lembrança.
Lembra!
Minha cidade, pequena cidade onde tive os meus sonhos mais ingênuos.
Minha Portalegre, pequena grande cidade do interior.
Um povo tão simples, tão humilde, meus avós, meus parentes, todos vieram de lá.
Todos cheios de sonhos e de esperanças
Todos
Minha vida inteira apenas procurando um motivo
Procurando um motivo para viver
Buscando forças
Procurando a minha própria verdade dentro dos sonhos que outrora tive
Também tive medo
Medo de não conseguir, de cair, de me machucar.
Tive e ainda tenho muito medo de errar
Medo que me peguem no braço, que me tirem à liberdade, que me digam o que fazer, que botem o dedo no meu nariz, que me humilhem que gritem comigo, que me façam calar a boca.
Tenho um sonho hoje, como teve Martin Luther King, que o mundo pode sim ser um lugar melhor.
Assim como Marx, também acredito que possamos construir uma sociedade igualitária.
Assim como eu, existem muitos.
Gostaria que as coisas não parecessem tão distantes
Gostaria ás vezes, de estar em casa mais uma vez.
De sentir o cheiro do cigarro do meu avô penetrar nas minhas narinas até o meu pulmão me fazendo recuar dele para poder respirar
Lembranças antigas
Lembranças de uma vida que há muito tempo deixei para traz.

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