terça-feira, 16 de junho de 2009

Sem título

Tenho sentido por muitos dias o sol quente me queimando as costas
Há dias em que por pouco não passo mal
Sei que estou aqui pelo dinheiro que corre em forma de suor por todo o meu corpo. Apesar disso ainda mantenho os meus sonhos.
A minha infância foi muito dura e eu tive que aprender a viver com pouco desde muito cedo
Sofri todos os abusos que a vida me lançou e joguei fora todos os lençóis manchados de sangue
Quando caminhava na noite escura e não tinha ninguém para segurar a minha mão ouvi uma voz que me disse para não ter medo
Quando caminhava nas trevas buscando a luz e não via nenhuma, pensava se Deus estava comigo.
Também ainda penso hoje se Ele chorou junto comigo
E se Ele se revoltou por saber que não chegou a tempo para evitar todo aquele mal
Fico pensando se Ele sentiu vontade de enxugar minhas lágrimas e me consolar e me dizer “minha criança amada Jamais permitirei que alguém te viole novamente, ou a qualquer outra criatura pura deste mundo”. Mas o Senhor não veio, e eu tive que sofrer as mais terríveis violências, sozinha e na escuridão.
Quando consegui renovar um pouco das minhas forças e me propus a caminhar
Caí diversas vezes
Porque o Senhor não apareceu para me amparar
Daí, eu tive que dormir em chão de pedra.
Eu tive frio, fome e sede.
Eu também tive muito medo. E eu rezei de noite e de dia e eu pedi para que o Senhor se compadecesse de mim, mas o Senhor não veio e eu continuei só, e eu não via nenhum vestígio de luz.
Depois disso, fui dominada por um sono incontrolável. Eu adormeci nos braços de Deus, finalmente Ele se apiedara de mim. E eu estava aconchegada entre os meus lençóis e afogada no meu próprio sangue.
Eu dormi para sempre

Nenhum comentário:

Postar um comentário