quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Certas verdades nunca são absolutas

Certas verdades nunca são absolutas
Por: Cyntia Dias

Noites quentes e silenciosas.
Sombras nas paredes nuas dos quartos das meninas inocentes.
Mormaço que angustia os velhos nas suas redes nordeste
E tira o sono dos cachorros que fazem a segurança das casinhas mais humildes.

Nessas noites onde a maioria do povo se debate buscando em vão matar os mucuins e muriçocas que os assolam madrugada a dentro,
Parte de uma pequena burguesia abastada dorme tranquilamente em seus quartos decorados com belos Picasso e Portinari, e centrais de ar refrigerado.
Outros tantos garotos desgrenhados e maltratados se jogam pelos trilhos do trem e pelas praças da cidade.
Eles cheiram pó, fumam crack e fazem desordem pela cidade morta.
Também costumam roubar os bêbados distraídos e as mulheres desacompanhadas.
Mais a frente, em outra zona, rapazes e moças de boa estirpe, jovens de boa família, dançam ao som de músicas modernas, trajam roupas caras, relógios de marca e usam drogas sintéticas.
Eles saem para se divertir nas ruas da cidade com seus carros luxuosos em disputas chamadas de racha.
Às vezes, pessoas morrem no meio da diversão.

Algumas raras vezes esses jovens se esbarram nos mesmos lugares
Zona leste e zona sul
Não se olham nos olhos, não se cumprimentam
São apenas universos diferentes que se tocam no infinito das emoções humanas.



Nenhum comentário:

Postar um comentário