sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

A distância que separa - (Poesia)


Por: Cyntia Dias

Meu estômago embrulha quando penso em teu sorriso
Mudo de cor quando vejo você passar
Amor escondido, bandido
Sei que nunca poderá me amar

Passas tão perto de mim
Só há apenas uns milhões de quilômetros separando os nossos corpos
Vejo-te pertinho como se olhasse através do Telescópio Hubble.

Você fuma cigarros de marcas famosas e veste essas roupas futuristas
Você passeia com seu pitbull aos domingos e o banha debaixo do teu chuveiro
Tenho inveja dele.

Corremos um mundo louco para podermos nos reencontrar
Apesar de nunca termos nos visto
Eu reconheço você em cada par de olhos castanhos que vejo
Você me esnoba, finge que não vê

Eu acabo por cantarolar canções antigas de filmes de TV
Canto a do Rei Leão, O Ciclo da Vida, e te deixo partir
Você anda como quem não tem medo
Você não vê o chão onde pisa.

Você se acha descolada e usa coisas ilegais
Você tem furos de agulhas nos braços que viraram grandes feridas abertas
Sua visão embaça e não sabe mais com quem se deita,
Não sabe se está sonhando ou se é ilusão.

Você caminha displicentemente e você não tem medo
Eu fiquei em sua frente e você passou por mim
Não me reconheceu
Só estávamos há uns milhões de quilômetros de distância e você não me viu.

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