Escola do bairro Nacional não consegue atender a demanda

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Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Osvaldo Piana necessita urgentemente de reforma e ampliação para dar suporte aos estudantes que moram no bairro Nacional, em Porto Velho. Reivindicação antiga dos moradores, nesta semana a escola foi lembrada em protesto dos moradores do bairro. A exigência é para que a estrutura do prédio seja completamente recuperada e que haja ampliação das salas de aula para atender a grande demanda de alunos do bairro que muitas vezes por falta de vagas são encaminhados para outras escolas no centro.


Quando foi construída a Escola Osvaldo Piana atendia há uma população de 4 mil pessoas. A população do Nacional, hoje, chega a aproximadamente 25 mil habitantes. São 1.126 alunos nos níveis fundamental e médio. Em média 45 alunos por turma. A escola conta com apenas dez salas de aula e 24 professores que atendem nos turnos manhã, tarde e noite. A escola ainda atende os alunos do EJA (Programa de Educação de Jovens e Adultos).


Segundo o diretor da Escola Osvaldo Piana, Antonio Saldanha Marques, seria necessário construir outra escola para atender a toda a população ou ampliar a Osvaldo com mais dez salas de aula e mais 24 professores. Atualmente muitos alunos são encaminhados pela Seduc, através da Representação de Ensino, para escolas no Centro. Eles são mandados principalmente para a Escola Samaritana, Carmela Dutra, Castelo Branco e Duque de Caxias.


A principal dificuldade dos professores hoje, segundo o diretor, é o fato de muitos alunos chegarem ao nível médio sem saber sequer ler ou escrever. Muitos não conseguem interpretar um texto. Outra dificuldade enfrentada diariamente é a evasão escolar. Muitos alunos desistem de estudar porque precisam trabalhar. Os que continuam enfrentam problemas que começam com o transporte público.


- “O ônibus demora muito a passar. Os estudantes têm que sair do Trabalho para a escola. Muitas vezes atrasam ou têm que sair mais cedo. A espera no ponto chega até duas horas.”


Muitos adolescentes ajudam a complementar a renda familiar ou em alguns casos chegam mesmo a ser a principal fonte de renda da família. Isso gera uma evasão muito grande segundo Antonio.


Além dos problemas que têm com alunos usuários de drogas ou que têm processos na justiça os professores ainda têm os problemas comuns relacionados ao dia a dia na instituição. Os professores são orientados a tentar elevar o nível dos alunos. Algumas vezes é preciso chamar os pais para conversar. O problema é que os alunos passam de ano sem aprenderem o conteúdo da série, afirmou.


Luta para manter a qualidade


Os professores da Escola Osvaldo Piana, segundo Antonio Saldanha, são qualificados e estão sempre fazendo cursos de capacitação. A biblioteca recebe constantemente remessas de livros que incluem enciclopédias, livros atualizados de história regional, inglês e espanhol.


A escola conta com merenda escolar balanceada nos três períodos. O laboratório de informática tem 15 máquinas, 12 funcionam. Seria necessário um mínimo de 20 computadores. As aulas são agendadas com antecedência.


A Feira do Empreendedor no mês de dezembro em Rolim de Moura terá a participação de quatro alunos da Osvaldo Piana. Serão dois trabalhos apresentados na feira. O primeiro já foi escolhido e tem como tema “Dinamizando a Leitura”. O projeto é dos alunos Maicon Jonatas Sales Lopes, do primeiro ano B do ensino médio, e Enrique Gabriel de Araújo Damasceno, primeiro ano A. O professor orientador é Paulo Sandro Teixeira de Paula. O outro trabalho será escolhido hoje.


A Feira do Empreendedor é patrocinada pela Seduc. Participam todas as escolas estaduais. São escolhidos dois alunos por escola. Só podem participar alunos do nível médio. Segundo o diretor, há um ciclo de palestras sobre empreendedorismo na Osvaldo Piana promovido pelo professor de filosofia Vivaldo Barbosa. O ciclo começou nesta segunda (16/11) e termina amanhã (20/11). Antonio Saldanha disse que se surpreendeu com a participação dos alunos e se disse muito feliz pelo trabalho que estão conseguindo desenvolver na escola apesar de todas as dificuldades enfrentadas.