sábado, 21 de novembro de 2009

Jornalista busca recursos para concluir documentário sobre história de Rondônia

http://www.oobservador.com/arte/not_art8238,0.html


O jornalista Zola Xavier da Silveira, nascido em Fortaleza do Abunã, há 40 anos reside no Rio de Janeiro. Estudioso da história de Rondônia acaba de lançar trailer do documentário Caçambada Cutuba neste último dia 12 no Teatro Banzeiros, em Porto Velho. Houve depoimentos de pessoas que estiveram presentes no comício de 1962 e debates com a platéia. O objetivo da divulgação do trailer é sensibilizar autoridades públicas e iniciativa privada para angariar recursos que permitam a conclusão da obra.

Caçambada Cutuba – A História que Rondônia não Escreveu, é marcada por três aspectos. Local, nacional e internacional. O filme e as pesquisas mostram como Rondônia vivia numa época de repressão e como o Regime Militar pareceu mais brando que o sistema que havia na época.

Zoli Pesquisa há mais sete anos a história de Rondônia. Período que vai de 1950 a 1964. O enfoque dos estudos diz respeito às questões políticas e sociais da época. A pesquisa é marcada por três grandes acontecimentos. A tragédia de 26 de setembro de 1962, a passagem de Che Guevara por Porto Velho em 1967 e o golpe militar de 1964.

O jornalista conseguiu extrair o principal embate político que aconteceu na época e transformou em documentário. Trata-se do embate entre a Frente Popular conhecida como peles curtas e a oligarquia comandada pelo coronel Aluízio Ferreira, conhecidos como Cutubas.

Zola pegou como foco para o documentário uma tragédia que aconteceu na noite de 26 de setembro de 1962, no comício de encerramento do doutor Renato Medeiros, representante da Frente Popular.

Nessa noite, um caminhão chapa branca da prefeitura de Porto Velho que estava horas antes no comício do Coronel Ênio Pinheiro no bairro Areal irrompeu por sobre a multidão que saia em passeata no término do comício. Nesse momento registrou-se a maior tragédia da história política de Rondônia com vários mortos e feridos.

O jornalista conta que teve dificuldades de encontrar informações sobre as vítimas fatais. Até mesmo o Alto Madeira, jornal mais importante da época, pertencia aos Diários Associados de Assis Chateaubriand, não publicou todas as informações do caso. A censura no estado já existia mesmo antes do golpe militar de 1964.

Dando um salto no tempo, o segundo acontecimento que marcou época foi a passagem de Che Guevara por porto velho em 1967, meses antes de seu assassinato na Bolívia. Che fez contato com três pessoas. Dionísio Xavier da Silveira, pai de Zola; o contabilista Clóter Saldanha Mota, ex-deputado constituinte de Rondônia; e o único vivo, João Leal Lobo, com quem Zola fez a matéria para o documentário. João Leal faleceu 30 dias após a entrevista.

O documentário finaliza com o terceiro acontecimento impactante na sociedade rondoniense, o golpe de 1964. A marca do golpe no estado foi a cassação da liderança da Frente Popular Renato Medeiros. O nome dele apareceu na primeira lista dos cassados. Também foram caçados o prefeito de porto velho, o prefeito de Guajará-Mirim e o governador.

Zoli é o idealizador do projeto Caçambada Cutuba. Ele faz e coordena os estudos e pesquisas. O argumento também é dele. A direção geral do projeto é de Délcio Teobaldo, documentarista e escritor. A direção de fotografia é de Toni Nogueira da DGT filmes. A música base é de Antonio Serpa do Amaral e Rubens Vaz.

Para mais informações:

E-mail: zolaxavier@gmail.com

(69) 8464 9428
(21) 98283940

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