Produtores rurais paralisam a BR-364 Km 690 sentido Cuiabá

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Hoje, terça-feira (11), a FETAGRO (Federação dos Trabalhadores na Agricultura de Rondônia) juntamente com mais de três mil produtores rurais fecharam a BR – 364. Os produtores exigem o cumprimento da agenda feita para negociação com o Governo do Estado, Ministério Público Estadual e Federal, INCRA e Ministério do Meio Ambiente.

Segundo o presidente da FETAGRO, Lázaro Dobri, as reuniões que deveriam acontecer nos dias 11, 12 e 13 na sede do INCRA foram suspensas porque as autoridades competentes não confirmaram presença. Como não poderia haver negociação sem a presença desses representantes a diretoria da Federação dos Trabalhadores decidiu por fazer bloqueio na BR – 364 em protesto.

O protesto que começou às 7h da manhã só terminará quando os órgãos públicos confirmarem presença nas reuniões agendadas. A principal exigência dos manifestantes é a revisão do Código Florestal. De acordo com Lázaro, as novas regras do código estariam inviabilizando o trabalho dos pequenos produtores rurais. “Não se pode comparar um agricultor com pequenas posses a um grande latifundiário, do jeito que está não vai sobrar terra para o produtor trabalhar e manter o sustento da família já que ele terá que reflorestar a área quase toda”.

O movimento O Grito da Terra pretende proteger o trabalhador da pequena propriedade rural que está sendo retirado de suas terras. Pessoas que vivem há mais de 20 anos em áreas cedidas pelo INCRA, mas que não foram documentadas, agora estão sendo expulsas de suas casas. Segundo Lázaro há mais de dez anos o INCRA não emite título de terra.

Os produtores rurais somam mais de cinco mil famílias em todo o estado. Eles são responsáveis por 80% dos alimentos que chegam a casa das pessoas todos os dias, mas com as novas regras do Código, o pequeno agricultor não conseguirá trabalhar porque não terá terra para o cultivo, enfatiza Lázaro.

José Francisco de Jesus, 47, há mais de 10 anos como agricultor, tem apenas 25 hectares de terras. Se precisar utilizar parte dessa área para reflorestamento, não terá quase nenhuma terra para plantar. Assim como ele, João Alves de Souza, 50, também tem seu pedaço de chão, mas tão pequeno que não tem como se desfazer de parte dele para reflorestar, caso contrário não sobrará nada para o plantio. Os dois estavam ajudando a fazer o bloqueio na BR.

Filas de carros e caminhões se formam ao longo da BR. Os caminhoneiros dizem que concordam com o movimento, mas não concordam com o fechamento da rodovia. Jaime Vieira, 47, caminhoneiro, está preso no bloqueio. Jaime tenta negociar com os manifestantes para tentar passar, em vão. O bloqueio permanece.